aidf
 

 

 

10º Enai - Encontro Nacional de Associações de Imprensa - 4º Ciclo de Conferêncis da Imprensa Brasileira - Fenai-Faibra - ABI-DF

 

 

10º ENAI ENCONTRO NACIONAL DA IMPRENSA

4º Ciclo de Conferências da Imprensa Brasileira

27 a 30 de Abri de 2000

Palácio do Congresso Nacional

Brasília DF

 

 

 

 

As fotos do 10° Ciclo de Conferências da Imprensa Brasileira

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Palestras discutem Imprensa no 10º Enai - Encontro Nacional de Associações de Imprensa

Praticamente todo o universo de temas relacionados à Imprensa foi discutido no 4º Ciclo de Conferências Sobre a Imprensa Brasileira, que ocorreu simultaneamente com o 10º Encontro Nacional de Associações de Imprensa (Enai), realizado em Brasília pela Federação Nacional de Imprensa (Fenai/Faibra) e a Associação de Imprensa do Distrito Federal, de 27 a 30 de abril.

Jornalistas, radialistas, estudantes e empresários de Comunicação estiveram presentes. 28 associações de imprensa estavam representadas no 10º Enai que teve o patrocínio da Petrobras Distribuidora e da Companhia Energética de Goiás (Celg) e o apoio de diversos órgãos e entidades de Brasília.

PERGUNTAS - Na palestra de abertura do Encontro, dia 27, no auditório Petrônio Portella do Senado Federal, foram lançadas perguntas e procurou respostas sobre a Imprensa no terceiro milênio. "O que a Imprensa está fazendo e trazendo que possa melhorar, hoje, agora, o dia do leitor, ouvinte, telespectador ou internauta? Os conteúdos colocados à disposição pela Imprensa contribuem para que as comunidades possam sair de um estado de dependência e adquiram um "status" de competência? A questão ética é apenas um adorno, perfumaria, "frescura", em época de exacerbação do pragmatismo e degradação de valores?

ISENÇÃO - O segundo dia do Ciclo, 28 de abril, foi aberto com a conferência "Responsabilidade e Ética nos Meios de Comunicação", proferida pelo jornalista Hélio Doyle, editor-chefe do "Jornal de Brasília" e professor da Universidade Brasília. Ele é da opinião de que falta um órgão adequado para tratar as questões éticas na Imprensa. Segundo ele, Os sindicatos e a Fenaj (Federação nacional dos Jornalistas) são mais voltados para as questões de ordem sindical e econômica. Ele pregou a isenção do noticiário ainda que o veículo faça opção por um candidato.

IDÉIA - O segundo palestrante, Feichas Martins, jornalista, cientista político e professor universitário, falou da importância da idéia em sua conferência "O Relacionamento Imprensa x Governo x Iniciativa Privada": "São as idéias que revolucionam o mundo, que geram e destroem os governos". Para ele, "não existe jornal mais importante, existe idéia importante; é possível derrubar-se um governo escrevendo em papel higiênico, e não necessariamente em um jornal de Brasília". Martins considera que "a democracia no Brasil é difusa, mitigada e desmobilizante" e que "a elite se apropria dos espaços e não deixa (ou não dá) abertura à participação popular". Feichas Martins afirma que "a Imprensa privada mantém-se relativamente independente, mas não imune às tentativas de cooptação do Estado e do capital estrangeiro". O cientista político disse ainda que "o papel do jornalista é informar, sim, mas também influir e transformar".

"HOUSE-ORGAN" - O jornalista e diretor-executivo da ANJ (Associação Nacional dos Jornais), Fernando Martins, falou sobre "Liberdade de Expressão na Imprensa". Para Martins, também sociólogo, "a liberdade sempre incomoda os que estão no Poder". Segundo ele, "um jornal que sobreviva apenas dos recursos do Governo não é jornal: é um ‘house-organ’" (boletim de notícias oficiais). Outra opinião de Fernando Martins é a de que "jornalistas estão precisando ler mais, para ter estilo e para ter informação".

ASPEREZA - Em sua palestra "Assessoria de Imprensa x Veículo de Comunicação", o jornalista Helival Rios, diretor de Divulgação e Integração da Secretaria de Comunicação Social do Senado Federal, declarou que "a Imprensa é, no geral, muito áspera com o Legislativo". Apresentando estatísticas, ele disse que, das matérias do Senado, apenas 0,25% era divulgado na Imprensa, número que, com a modernização da área de divulgação do Senado, passou para mais de 30%. O "Jornal do Senado" elevou sua tiragem de 1.500 para 47 mil exemplares. Helival Rios aponta como um dos maiores exemplos de pouco caso da Imprensa em relação ao Senado o fato de os senadores terem concluído a CPI da evasão fiscal, denunciando desvios da ordem de US$ 80 bilhões e isso não ter tido repercussão nos jornais.

ÁLCOOL - A deputada paulista Edir Sales, diretora da Federação Brasileira de Colunistas Sociais, que é jornalista e radialista, falou sobre "O Colunista Social - Atuação na Imprensa e na Sociedade". Ela fez um histórico sobre o colunismo social, surgido nos anos 50. Lembrou que as colunas sociais muitas vezes dão notícias exclusivas. Falou ainda sobre a entidade que reúne os colunistas sociais de todo o País e de sua campanha vitoriosa em São Paulo, ao aprovar lei que obriga, no Estado, a afixação de cartazes com dizeres que alertam sobre o uso do álcool e seus malefícios para o indivíduo, a família e a sociedade. O jornalista Nélson Barreto, correspondente em Brasília da Agência Boa Imprensa, encerrou o dia com a palestra "A Mídia TV e Influência na Sociedade".

INTERNET - O terceiro dia teve início com Fernando Bizerra, jornalista e diretor da Agência BG Press Fotojornalismo, que falou sobre "Fotojornalismo - Repórter-Fotográfico: Perspectivas Profissionais". O segundo conferencista, Joãomar Carvalho de Brito Neto, jornalista e professor da Universidade Federal de Goiás, dissertou sobre "A Formação do Profissional de Comunicação".

O arquiteto, tradutor e especialista em Internet Mário Persona, diretor de Comunicação da Widesoft, e que escreve para 60 veículos de comunicação, falou sobre "A Internet como Mídia de Informação". Segundo ele, a Internet modificou o padrão de leitura, que é "seqüencial" em livros, jornais e revistas e "exploratória" nos textos da rede de computadores. Ele acredita que os recursos de "e-mail" (mensagem eletrônica) e "chat" (bate-papo por computador) ressuscitaram o hábito de escrever, apesar das especificidades da linguagem escrita na Internet, que adota algumas características próprias".

AMAZÔNIA - Aimar da Silva, professor, escritor, historiador, geógrafo e o deputado federal Nicias Ribeiro, ambos articulistas, também falaram sobre a Amazônia. O primeiro destacou os aspectos de Imprensa e Soberania Nacional e, o segundo, o desenvolvimento da região e a Imprensa.

Segundo Aimar Silva, a falta de conhecimento dos jornalistas brasileiros sobre a realidade da Amazônia contribui para a concretização da ameaça de sua internacionalização, com a conseqüente desmembramento daquela região do território brasileiro, sob a alegação, hoje defendidas por países que formam o G-8 (Grupo dos Oito), dando conta de que a Amazônia é patrimônio da humanidade e o Brasil incapaz de administrá-la para o usufruto dos países mais ricos que estão, na verdade, mais preocupados com as riquezas naturais que a defesa da floresta e dos índios. Finalizou dizendo que muitas vezes os jornalistas brasileiros são manipulados por Ongs compromissadas com os interesses estrangeiro, com isso colocando a opinião pública mundial ao lados dos países que questionam a soberania brasileira sobre a Amazônia.

Por sua vez, o deputado federal Nicias Ribeiro (PSDB-PA) chamou a atenção dos jornalistas brasileiros para os reais interesses que estão atrás das campanhas contra o desenvolvimento da Amazônia. Citou as pressões que o governo federal recebe para não asfaltar as rodovias Cuiabá-Santarém e Transamazônica e a realização de outras obras que levariam progresso para a Amazônia, alertando que existem outros interesses além daqueles alegados pelos ambientalistas financiados pelos países mais ricos que cobiçam a Amazônia.

ÉTICA - Encerrando o terceiro dia do Encontro, o jornalista Edmilson Sanches, coordenador da Comissão de Ética da Associação de Imprensa do Distrito Federal e colunista dos jornais "O Estado do Maranhão" e "O Progresso", falou sobre "Ética: Os Limites da Imprensa". Segundo Sanches, ética é, ao mesmo tempo, um tema ultrapassado e um assunto ultramoderno. Ele lembrou o início da defesa pela liberdade de Imprensa, em 1695, na Inglaterra, com o "Licensing Act". Discorreu sobre os códigos de ética dos jornalistas e dos radialistas.

TURISMO - O quarto e último dia do Encontro foi reservado para o jornalismo de turismo e para o painel de debate "A Imprensa no Terceiro Milênio". O primeiro tema foi "O Jornalismo de Viagem e de Turismo", exposto pelo jornalista Pedro Torre, assessor de imprensa da Vasp, e Sérgio Neves, presidente da Associação Brasileira de Jornalistas de Turismo. O professor Moacyr Florentino de Souza, do curso de pós-graduação em Gestão e Marketing do Turismo da Universidade de Brasília, falou sobre "Hotelaria e Imprensa no Desenvolvimento do Turismo". Após as palestras, durante o painel, foi relembrado aos presentes os principais pontos dos quatros dias de trabalho e apresentado a minuta da "Carta de Brasília", um documento que resume, em nove "linhas de reflexão e de ação", aspectos de pensamento e prática jornalística que fortaleçam ainda mais a atuação da Imprensa no Terceiro Milênio. O documento foi aprovado e será divulgado em veículos de comunicação de todo o País.

"CARTA DE BRASÍLIA" QUER REFLEXÃO E AÇÃO DA IMPRENSA

Profissionais de Imprensa, estudantes e empresários de Comunicação Social aprovaram a "Carta de Brasília", documento final do 10º Encontro Nacional de Associações de Imprensa e 4º Ciclo de Conferências Sobre a Imprensa Brasileira, encerrados ontem à noite no auditório do Parlamento Mundial, em Brasília (DF). Os eventos foram promovidos pela Federação Nacional da Imprensa (Fenai/Faibra) e Associação de Imprensa do Distrito Federal com o patrocínio da Petrobras Distribuidora e Companhia Energética de Goiás (Celg). Todos os nove itens da Carta foram apresentados e discutidos com os participantes, que votaram pela aprovação do documento. Entre as "linhas de reflexão e de ação", nome utilizado no documento para os itens, estão as que pedem que a disciplina de Ética seja incluída não apenas em cursos superiores, mas em todos os níveis de ensino; a não-vinculação da qualidade da notícia a fatores ligados à concorrência e aos tempos de industrialização do jornal; a não-subordinação dos conteúdos jornalísticos aos interesses de anunciantes e governos etc. Abaixo, a íntegra do documento:

Carta de Brasília

"Jornalistas, radialistas, estudantes e empresários de Comunicação, representantes de 28 Associações de Imprensa, reunidos em Brasília no período de 27 a 30 de abril de 2000, no 10º Encontro Nacional de Associações de Imprensa e 4º Ciclo de Conferências Sobre a Imprensa Brasileira, em assembléia da Federação Nacional da Imprensa (Fenai/Faibra), ratificam as seguintes linhas de reflexão e de ação:

- a preocupação com a concorrência e os limites de tempo industrial dos meios de divulgação não podem ser considerados como fatores impeditivos para a produção de informação de qualidade;

- a participação financeira do mercado e do Estado, como anunciantes, deve ser admitida e buscada, mas não deve se configurar como relação de subordinação;

- os conteúdos sobre Ética não devem ser objeto apenas do currículo oficial do curso de Comunicação Social, mas devem ter inserção no conteúdo programático de todo o ensino formal, a partir do Ensino Fundamental;

- as idéias (a mensagem) e o suporte que as conduz (o meio) devem manter-se em relação de complementaridade, pois, onde um dos dois se fragilizar, o conjunto se prejudicará;

- a Imprensa deve assumir seu papel não somente de fornecedor de informação, mas de formador e transformador da sociedade, pela aproximação permanente de sua pauta aos fatores que conduzam à resolução dos graves problemas nacionais;

- em período de eleições, é recomendável que jornais e outros veículos de comunicação manifestem formalmente sua preferência por candidatos, se for o caso, sem que isso interfira no equilíbrio do noticiário;

- os jornalistas e os veículos de comunicação devem reavaliar as questões ligadas à repercussão das notícias consideradas "negativas", muitas delas irreais, e sua influência na construção, ampliação e consolidação de uma imagem desabonadora do País, o que contribui para a diminuição da auto-estima da população, com repercussão, até, na economia brasileira e com prejuízo para a soberania nacional, em função de discursos intervencionistas estrangeiros sobre o território amazônico;

- conclamam aos governantes atenção especial para a generalização da desobediência às leis estabelecidas, em especial à proliferação de invasões de propriedades privadas, seqüestros de funcionários do governo e desrespeito à Constituição Federal;

- A Imprensa com a sua atuação livre, com jornalistas esclarecidos e responsáveis, é um dos principais instrumentos da sociedade para cobrar ações efetivas do executivo, legislativo e judiciário, visando promover a justiça e a melhoria da qualidade de vida dos povos de todos os países".

 

 

 

 

10° Enai teve os Patrocínios e Apoio:

 

Desde 1924: ABN AGÊNCIA BRASILEIRA DE NOTÍCIAS - Since 1924: ABN NEWS BRAZILIAN NEWS AGENCY

 

Petrobrás Distribuidora S/A

 

Celg - Centrais Elétricas de Goiás

 

Brasília e Região Convention & Visitors Bureau

 

 

Embratur - Instituto Brasileiro de Turismo

 

 

VASP

 

Varig

 

Transbrasil

 

 

Promoção:

Federação das Associações de Imprensa do Brasil (Faibra-Fenai) - Fundada em 1939 pelo jornalista Edgard Leuenroth (1881-1968)

 

Coordenação:

Afilie: Associação de Imprensa do Distrito Federal / Associação Brasiliense de Imprensa (AIDF/ABI-DF)